segunda-feira, 26 de março de 2012

Página 66

- Você nunca sentiu a sensação de ter em si alguma coisa que, para se exteriorizar, espera somente que você lhe dê a chance? Uma força excedente que você não esteja utilizando, assim como aquela água toda que se precipita na cachoeira em vez de passar pelas turbinas?
Dirigiu a Bernard um olhar interrogativo.
- Você se refere às emoções que sepoderia experimentar se as coisas fossem diferentes?
Helmholtz sacudiu a cabeça.
- Estou pensando numa sensação estranha que experimento às vezes, a sensação de ter alguma coisa de importante a dizer sem poder exprimi-la... só que eu não sei o que é, e não posso utilizar esse poder. Se houvesse algum outro modo de escrever... Ou, então, outros assuntos a tratar... - Calou-se; depois: - Você vê, eu sou bastante hábil em inventar frases, quero dizer, essas expressões que nos dão um sobressalto, quase como se a gente se sentasse sobre um alfinete, tão novas e excitantes elas parecem, muito embora se refiram a alguma coisa hipnopedicamente óbvia. Mas isso não parece suficiente. Não basta que as frases sejam boas, seria preciso que o que delas se fizesse também fosse bom.

Admirável Mundo Novo - Aldous Huxley

domingo, 25 de março de 2012

(a desenvolver)

A resposta é o fim de um ciclo.

sábado, 24 de março de 2012

Por que buscas tantas respostas? A beleza da dúvida, da incerteza, me inebria. O devir me fascina. Embriago-me no mar do incerto; navego sem rumo, deixo-me levar. Não há a necessidade de saberes disso tudo assim, tão depressa. Não corras. O que é imprescindível, menina, tu sabes. Te permite fluir. Deixa teus rastros, teus restos, teus passos, teus cantos, encantos. Deixa-os por todos os cantos, em todos os ventos, lentamente, para que possas sentir. Acalma tua sede de saber. Deixa-te descobrir e seres descoberta, pouco a pouco, assim, ao acaso, sem ensaio, sem cena. Para e observa a beleza do percurso. Admira-o. As respostas hão de vir com o tempo. Mas, se não vierem, aproveita tua estadia na incerteza. Desfruta-a. Fértil deserto de sensações.

sexta-feira, 16 de março de 2012

São memórias tão reais do que nunca aconteceu.

update (05.abril.2012):

"Imaginar não é como já ter vivido?" Nick Farewell
Ler tuas linhas e, entre as linhas, entrelinhas. Um emaranhado de sensações: desperta!

quinta-feira, 8 de março de 2012

Eu não quis
Te fazer infeliz
Não quis
Por tanto não querer
Talvez fiz.



H.V.
as pessoas que mais amamos sempre são as que mais faremos sofrer (?)

quarta-feira, 7 de março de 2012

E não pensa
que eu fui
por não te amar.
Escrever, ou não? Sentir, chorar, sentar, pensar, não conseguir... conseguir, sim. Conseguir... o quê? Aonde isso vai chegar, que caminho é esse? Onde isso vai dar? Valeu a pena, deu certo, ou não. Vale a pena? Vai dar certo, ou não? Certo? Pra quem? Pra quê? O que é isso, afinal? Nó. Livre? Do quê? Mais prisão do que liberdade, prisão... a prisão sou eu.