quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

É que, às vezes, eu tenho essa necessidade de escrever de mim, desse processo todo, dessa mudança com que esbarro a cada dia, nas coisinhas, e que me faz perceber que há outra de mim aqui, outra que não é mais aquela, outra que provavelmente não será a mesma de daqui um tempo. E aí eu, logo eu que precisava sempre da constância, me pego sendo fluxo e sinto quase uma vergonha, como se essa eu dissesse pra ela mesma (ou pros resquícios daquela outra): “menina, como você quer exigir dureza da vida se nem você dá conta da permanência?” E, mais adiante: “olha, mas essa rigidez toda nem é necessária, não, viu?” E seguir aprendendo, de dentro pra fora, sobre a fluidez das coisas, tem sido bem doído e bonito.